Como eles são aplicados na odontologia?

Os canabinoides podem ser usados desde para atenuar o “medo” ou ansiedade para ir ao dentista até para tratamento de dores orofaciais! 

A utilização dos canabinoides têm ganhado grande força em estudos científicos e nos resultados da nossa prática clínica. Seu preço está cada vez mais acessível e os prazos de autorização e entrega cada vez menores. 

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A BOCA PODE ARDER?

A Síndrome da Ardência Bucal (SAB) é uma condição complexa que pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em mulheres após a menopausa. Aqui estão alguns dos fatores epidemiológicos da SAB com base em estudos científicos recentes:

  • Idade: A SAB é mais comum em adultos acima de 50 anos, especialmente em mulheres pós-menopáusicas. No entanto, também pode ocorrer em pessoas mais jovens.
  • Gênero: A SAB é mais comum em mulheres do que em homens. De acordo com alguns estudos, a razão de mulheres para homens com SAB pode ser tão alta quanto 7:1.
  • Fatores hormonais: A SAB tem sido associada a flutuações hormonais, especialmente durante a menopausa, quando os níveis de estrogênio diminuem. Algumas pesquisas sugerem que o uso de terapia hormonal pode reduzir os sintomas da SAB em mulheres pós-menopáusicas.
  • Fatores psicológicos: A SAB também pode estar associada a fatores psicológicos, como ansiedade, depressão e estresse. Algumas pesquisas sugerem que pacientes com SAB têm maior probabilidade de ter sintomas de ansiedade e depressão do que a população em geral.
  • Uso de medicamentos: Certos medicamentos podem aumentar o risco de desenvolver SAB. Estudos mostram que pacientes em terapia com inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), como fluoxetina e sertralina, têm maior probabilidade de desenvolver SAB.
  • Condições médicas: A SAB também pode estar associada a condições médicas subjacentes, como diabetes, doenças da tireoide, doenças autoimunes, infecções por fungos e refluxo gastroesofágico.

Os canabinoides têm um potencial benefício para o tratamento desta condição. Isso se deve em parte à sua capacidade de atuar como analgésico e anti-inflamatório, propriedades que podem ajudar a aliviar os sintomas associados à SAB.

Referências bibliográficas: 

Estudo sobre a prevalência e os fatores de risco da SAB: López-Jornet P, Camacho-Alonso F, Lucero-Berdugo M. Prevalence and risk factors of burning mouth syndrome in a Spanish population. J Oral Pathol Med. 2020;49(6):556-560. doi: 10.1111/jop.13029.

Estudo sobre a relação entre a SAB e os fatores psicológicos: DiBartola LM, Cox SM, Sirois DA, et al. Psychosocial factors in burning mouth syndrome: a North American prospective cohort study. J Dent Res. 2019;98(2):175-182. doi: 10.1177/0022034518815439.

Estudo sobre a relação entre a SAB e o uso de medicamentos: Üstündağ B, Buduneli N, Çetinkalp Ş, et al. Burning mouth syndrome: the relationship between psychological profile and clinical response to treatment with low-dose antidepressant. J Oral Rehabil. 2017;44(4):276-284. doi: 10.1111/joor.12473.

Estudo sobre a relação entre a SAB e as condições médicas subjacentes: Tanaka M, Ohara T, Okamoto Y, et al. Association between burning mouth syndrome and the metabolic syndrome: a case-control study. J Oral Sci. 2016;58(2):245-252. doi: 10.2334/josnusd.15-0435.

USOS DA TERAPIA CANABINÓIDE NA ODONTOLOGIA

Os canabinoides têm sido estudados como tratamento para várias doenças odontológicas, incluindo dor orofacial, periodontite, cárie dentária e xerostomia. Aqui estão algumas informações pontuais sobre cada uma dessas doenças e referências bibliográficas relevantes:

  • Dor orofacial: o tetraidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) têm sido estudados como tratamento para dor orofacial. Um estudo de revisão sistemática de 2020, publicado na revista Oral Diseases, concluiu que os canabinóides podem ser eficazes no tratamento de dor orofacial crônica e aguda.
  • Periodontite: o CBD tem sido estudado como tratamento para periodontite, uma inflamação das gengivas. Um estudo de 2020, publicado na revista Clinical Oral Investigations, descobriu que o CBD pode reduzir a inflamação e melhorar a saúde das gengivas em pacientes com periodontite.
  • Cárie dentária: os canabinoides têm propriedades antibacterianas e anti-inflamatórias e, portanto, têm sido estudados como tratamento para cárie dentária. Um estudo de 2021, publicado na revista Scientific Reports, descobriu que o CBD pode ajudar a prevenir a cárie dentária, inibindo o crescimento de bactérias causadoras de cáries.
  • Xerostomia: a xerostomia, ou boca seca, pode ser causada por certos medicamentos e condições médicas, incluindo câncer de cabeça e pescoço. Os canabinoides têm sido estudados como tratamento para a xerostomia, com evidências preliminares sugerindo que o THC e o CBD podem estimular a produção de saliva. Um estudo de revisão sistemática de 2020, publicado na revista Journal of Oral Pathology and Medicine, concluiu que os canabinoides podem ter potencial como tratamento para a xerostomia, mas que são necessárias mais pesquisas para confirmar sua eficácia.

Referência bibliográfica:

Sharafi, M., & Giannobile, W. V. (2020). Cannabinoids for oral pain management: a review of clinical studies. Oral Diseases, 26(Suppl 1), 31-45.

Shiloah, J., Barzilay, I., & Levartovsky, S. (2020). Cannabidiol inhibits gingival inflammation via NF-κB inhibition in humans. Clinical Oral Investigations, 24(10), 3707-3713.

Durán, M., Perez-Lozano, P., Nazar-Beutelspacher, A., Martínez-Pabón, M. C., & Sánchez-Vargas, L. O. (2021). Inhibition of Streptococcus mutans biofilm formation and virulence by delta-9-tetrahydrocannabinol and cannabidiol. Scientific Reports, 11(1), 1-9.

Naumova, E. A., Grootveld, M., Zentek, J., & Baars, E. W. (2020). Emerging evidence on cannabis use and oral cancer: A review. Journal of Oral Pathology and Medicine, 49(7), 651-663

Erisipela e celulite: como a cannabis pode ajudar

Mais do que atuar em doenças neurológicas, os canabinoides podem ter ação dermatológica

Um assunto que poucos falam a respeito da cannabis é sobre sua atividade antimicrobiana e sua relação com as doenças de pele. Não sendo um medicamento de primeira linha para tratar infecções, abordaremos aqui sobre o potencial da planta Cannabis Sativa contra algumas patologias dermatológicas, pautando-se sempre em evidências cientificas. 

Erisipela e Celulite

A Erisipela e Celulite são causadas por agentes bacterianos e que exigem máxima atenção do profissional de saúde e causam dúvidas. Ambas são infecções da pele e do tecido celular subcutâneo que, apesar de serem causadas por entidades clínicas distintas por definição, podem ser abordadas como uma única doença, dadas as pequenas diferenças entre seus critérios clínicos e bacteriológicos. Nos Estados Unidos, a incidência chega a 200 casos a cada 100 mil habitantes por ano, enquanto na França variam de 10 a 100 casos por 100 mil habitantes por ano. Idosos são mais acometidos, enquanto os locais mais comuns são membros inferiores e face.  

Erisipela recorrente na perna de uma mulher de 59 anos com insuficiência cardíaca (Imagem: Wikimediacommons)

Esses quadros podem ganhar uma dimensão perigosa quando o paciente também apresenta doenças que corrompem sua imunidade (leucopenia), principalmente etilismo, câncer (e vigência de tratamento para tal) e diabetes mellitus. 

Na maior parte dos casos, notam-se sinais inflamatórios locais que podem complicar e evoluir com abcessos, trombose venosa profunda, necroses e sepse. De todo modo, a maioria tem evolução satisfatória se bem diagnosticada e tratada. 

Como diferenciar?

A Erisipela ocorre superficialmente (derme superior e vasos linfáticos superficiais), sendo lesões mais delimitadas do que a celulite.

Já a Celulite infiltra-se em camadas mais profundas (derme profunda e tecido celular subcutâneo), ganhando por isso um aspecto mal delimitado e infiltrado. Por este mesmo motivo, não veremos celulite na orelha (não apresenta derme profunda e subcutâneo) – quando notamos essa urgência dermatológica, certamente é Erisipela (sinal de Milian é o epônimo). 

Há diferenças também no início dos sintomas: a erisipela costuma começar rápida e pronunciada, com febre e calafrios. Já a celulite demora mais e esse quadro geral demora mais a se apresentar. A coloração da erisipela é vermelha viva, enquanto a celulite tende a rósea, entretanto acredito que este parâmetro pode se tornar dúbio frente aos diferentes fototipos ou colorações de pele.

A eficácia da cannabis contra patógenos 

Em estudo conduzido pela notória Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, perceberam uma ação sinérgica dos canabinóides com antibióticos contra bactérias multirresistentes. A mesma pesquisa demonstrou que o CBD isolado também foi capaz de atuar contra as bactérias Staphylococcus e Streptococcus, revelando o potencial terapêutico para infecções cutâneas. 

A essa altura do campeonato, não podemos nos restringir a falar somente de Canabidiol (CBD) e Tetrahidrocanabinol (THC): os fitocanabinoides Canabicromeno (CBC), Canabinol (CBN) e Canabigerol (CBG) também possuem atividades antimicrobianas contra bactérias, fungos e protozoários.

Devemos lembrar que os fitocanabinoides são compostos terpeno-fenólicos e os fenóis têm uma sabida ação antimicrobiana. Os fenóis são subdivididos em três grupos: ácidos fenólicos, taninos e flavonóides. Esse último nome te lembra algo? Caso já tenha ouvido a respeito, saberá que eles fazem parte dos metabólicos secundários da planta (terpenos e flavonóides), presentes nos medicamentos que levam espectros amplos da planta (diferentes das medicações isoladas).

Já foram descritos 20 flavonóides responsáveis por atribuírem sabor, aroma e coloração à planta. Agora vocês também sabem que eles possuem atividade antimicrobiana. Além disso, apresentam ações anti-inflamatórias, antioxidantes, antineoplásicas, despigmentantes e fotoprotetoras. Em sua maioria não são moléculas exclusivas da Cannabis, entretanto há estudos que provam a atividade da Cannaflavina A e B no controle de crescimento de bactérias – estes sim exclusivos da Cannabis sativa

Os terpenos também são responsáveis por uma gama de processos metabólicos não-essenciais, porém, muito importantes para a existência da planta. Não há um vegetal no mundo que não possua terpeno em sua composição, seja nas flores, sementes, raízes, caules e folhagens. Também conferem cheiro e sabor e são muito utilizados na indústria cosmética, estimulando o sensorial e carregando propriedades diversas na cosmetologia e no uso de produtos tópicos como medicamentos, com destaque a sua capacidade de aumentar a permeabilidade da pele a outras drogas, inclusive aos antibióticos. 

No caso do Staphylococcus, o pineno se mostrou tão eficaz quanto à vancomicina no combate a diversas bactérias. Combinações simples de fitocanabinoides e terpenos mostram notável sinergia e elevar sua função antibiótica. Outros exemplos de terpenos são: mirceno (lúpulo, capim-limão, manga), limoneno (frutas cítricas), Geraniol (óleo de rosas, do óleo de palmarosa e do óleo de citronela), alfa-terpineol (cajepute, óleo de pinho e óleo petitgrain), Beta Cariofileno (Cravo-da-Índia, pimentas, algodão), entre outros. 

Maiores estudos são necessários para acharmos as concentrações mínimas necessárias para reduzir o crescimento bacteriano, bem como encontrar  as melhores indicações nas diferentes composições de medicamentos: quando os fitocanabinoides estão isolados, combinados com elementos da própria planta ou com antibióticos clássicos.

Atividade antimicrobiana

Foi testada a atividade do canabidiol (CBD) contra dois tipos de bactérias muito presentes na pele: Staphylococcus aureus e Streptococcus beta-hemolíticos do grupo A. Esses também são os agentes mais relacionados à Erisipela e Celulite, quadros dermatológicos importantes que inspiram múltiplos cuidados no diagnóstico, condução e atenção na condução do caso. 

O Staphylococcus é uma bactéria esférica, gram-positiva (quer dizer que se cora pela coloração de GRAM) e presente em fossas nasais de pessoas saudáveis. Já o Streptococcus também é gram-positivo, anaeróbio facultativo que vive melhor com baixo suprimento de oxigênio e produz toxinas nocivas ao organismo (especialmente quando atacados e fragmentados com antibióticos). Algumas variações deste último estão presentes na pele e na orofaringe. 

Eventualmente, um desbalanço de suas proliferações pode causar questões patológicas que vão desde uma infecção cutânea (abscessos, participação no processo da acne, celulite) até infecções de maior gravidade da pele (como a erisipela e celulite em face) ou em outros sistemas (cardíaco, respiratório e nervoso central. Não só quanto a sua proliferação, mas desbalanceamentos do nosso sistema imunológico (incluindo perda da barreira cutânea). Também são responsáveis por iniciarem essa queda de defesa. 

O maior desafio é vencer os vários mecanismos de virulência, patogenicidade e potencial de resistência antimicrobiana – entre eles, temos a cápsulas que os protegem da fagocitose e do reconhecimento pelo nosso sistema imune. Com essa proteção, são capazes de sobreviver, multiplicar e disseminar-se com facilidade. 

Fonte: https://sechat.com.br/erisipela-e-celulite-como-a-cannabis-pode-ajudar/

Dermatologia e cannabis, entenda a relação

Em entrevista exclusiva, o dermatologista Dr. Guilherme Marques, responde algumas questões sobre a relação entre a terapia canábica e a pele

Por João R. Negromonte

Buscando entender melhor a relação entre os compostos da cannabis e os cuidados com a nossa pele, o Sechat entrevistou o Dr. Guilherme Marques, graduado em medicina pela Faculdade do ABC (FMABC), especialista em Dermatologia pela BWS Núcleo de Ensino – Associação Pele Saudável (APS) e um dos médicos residentes do Centro de Excelência Canabinoide (CEC), que relata algumas de suas experiências e nos ajuda entender um pouco mais sobre essa nova alternativa de tratamento.

Qual o paralelo entre a terapia com canabinoides e a dermatologia?

Como bem sabemos, o Sistema Endocanabinóide está presente em múltiplos locais do nosso corpo e também é responsável por modular outros sistemas e suas reações físico-químicas, garantindo um papel importantíssimo na manutenção do equilíbrio desses sistemas e – por consequência – do nosso organismo como um todo.

Na nossa pele não poderia ser diferente: temos receptores que respondem aos endocanabinóides (os canabinóides que nosso próprio corpo produz: anandamida e 2- araquidonilglicerol) bem como aos fitocanabinoides (CBD, THC, CBN. CBG, entre outros). Por meio desses receptores, podemos ter um efeito inibitório ou atenuante da inflamação cutânea, proliferação celular (capacidade da pele se dividir além do normal), fibrose (substituição do tecido vivo por um tecido morto, como a cicatriz), sensação de dor e também da coceira (tecnicamente chamada de prurido) – controlando sintomas e tratando doenças que seguem esses padrões.

Quais seriam essas doenças e qual o potencial do CBD nelas?

O CBD está sendo muito discutido e testado no tratamento de Acne, Dermatite de contato, distúrbios do crescimento capilar (alopecias), psoríase.

Mas temos também algumas outras condições em que o uso da terapia canabinoide via oral e via tópica (pomadas, cremes e afins) está consagrando-se com evidências científicas concretas. É o caso do prurido que esta presente isoladamente (distúrbios neurológicos, distúrbios
psiquiátricos ou mesmo secura da pele), em doenças de pele (eczema atópico/dermatite atópica e dermatite de contato alérgica) ou mesmo em doenças sistêmicas que cursam com prurido ou coceira associada (insuficiência hepática, insuficiência renal, doenças autoimunes).
No caso do prurido, por meio de alguns estudos clínicos, provou-se que medicações que estimulavam os receptores canabinoides (sintéticos) diminuíam a coceira, enquanto medicações que bloqueavam esses mesmos receptores aumentavam a coceira.

A sensação de dor (seja na pele ou em outros locais) também faz um paralelo gigantesco com o sistema endocanabinoide e sua regulação.

O que é Modulação Neuro-Imuno-Endócrina?

São interações entre os sistemas nervoso, imunológico e endócrino (atuação de hormônios, especialmente). É uma visão mais realista e inteligente de olhar adaptações orgânicas a desafios endógenos (estímulos proporcionados pelo próprio organismo) e exógenas (estimulos “de fora” do organismo) de um modo integrado, onde cada uma das partes evoluiu para
concretizar uma função especializada – sem separar sistemas como se fossem independentes e isolados cada qual em seu espaço limitado.

Creio que esta premissa seja excelente para, igualmente, entendermos o sistema endocanabinoide e sua atuação no equilíbrio do nosso organismo (que, em linguagem técnica chamamos de homeostase). Provavelmente este é o ponto de atuação dos medicamentos à base de CBD e outros fitocanabinóides (THC, CBN, CBG, entre outros). Sempre bom salientar
que Terpenos e compostos valinóides estão igualmente presentes na planta e tem um papel importante nesse contexto.

Quando pensamos em dermatologia, logo imaginamos a beleza e estética. A cannabis
medicinal pode ser usado para este fim?

A dermatologia também cuida da estética e há um paralelo grande das funções dos fitocanabinóides com a beleza e o processo de envelhecimento.

O CBD é sabidamente capaz de promover alivio de irritações e a redução da vermelhidão da pele (chamamos de eritema), além de possuir ação antioxidante, regeneradora, hidratante e anti-inflamatória. Visto isso, parece razoável dizer há um potencial magnífico de atuar em alguns pontos do processo de envelhecimento também, especialmente por sua função antioxidante.

Manchas de pele que se deram por um histórico inflamatório prévio (chamado de hipercromia pós-inflamatória) é uma condição que podemos evitar com esses mesmos produtos.

Dentro do estudo dos cabelos, temos uma aposta dos ativos canábicos em sua atividade anti-inflamatória em doenças do couro cabeludo que contam com essa ação (alopecias, por exemplo). Inclusive, já temos linhas de tratamento no mercado cosmético internacional que promete cuidados desta ordem.

Já existe algum medicamento no mercado ou só produtos artesanais?

Temos produtos artesanais sim mas cabe alertar que eles não passam por um controle de qualidade digno e pode gerar riscos à saúde. Por exemplo: sempre que colocamos algum ativo (produto com a capacidade terapêutica) em uma formulação, temos que nos preocupar com parâmetros como a conservação do ativo e suas propriedades, o tempo que ele terá de atuação, o veículo em que ele se insere que garanta sua ação, em qual forma ele será
manipulado (creme, pomada, loção, gel, por exemplo), concentração, entre muitos outros.

Visto isso, há órgãos que garantem este controle de qualidade para harmonizar o que se promete e o que se cumpre. Para tanto, indico fortemente que repensem o uso de produtos artesanais de origem duvidosa e sem controle de qualidade.

Quanto a indústria cosmética, temos marcas consagradas há décadas no mercado que estão se atrevendo a compor o CBD e outros análogos em suas formulações. A primeira que lançou um produto a base de ativos destilados da Cannabis Sativa foi a britânica The Body Shop em 1998, com a linha Hemp Hand Protector com seu hidratante para mãos.

Entre outras grandes marcas, temos a Kiehl’s (da L’Oreal), Tresemmé (Unilever) e a Avon (Natura) com seu sérum facial Green Goddes. No setor da cosmética de luxo, a americana Barneys inaugurou em 2019 a The High End, uma linha de cosméticos a base de CBD.

Creio que, no Brasil, em breve teremos regulamentações que permitirão ao médico prescrever formulações em farmácias de manipulação a base de ativos fitocanábicos. Um exemplo recente foi o laboratório paranaense Prati-Donaduzzi que foi autorizado a produzir o extrato de canabidiol que é vendido em farmácias (desde que tenha indicação médica e em receituário
tipo B – azul)

Todos os canabinoides são utilizáveis na dermatologia?

Atualmente os estudos científicos se concentram no CBD. Entretanto, sabemos que na terapia sistêmica (aquela que tomamos para atuar no corpo todo), o THC age com certo sinergismo ao CBD, potencializando sua ação. Além disso, o CBD também é capaz de atenuar a atividade psicoativa do THC, efeito este que causa muitas incertezas (entenda-se preconceitos) sobre sua presença nos cosméticos e mesmo nos tratamentos sistêmicos. Para todos os fins, é aprovado que se tenha uma concentração inferior a 0,3% de THC no produto (seja ele tópico ou de uso interno).

Infelizmente, o impasse para termos outros ativos canabinoides na composição de produtos cosméticos esbarra na regulamentação de cada país. Por exemplo, na França é proibido que o produto tenha THC e, uma vez que destilamos o CBD da planta, dificilmente nos livraremos por
completo do THC e outros compostos. Em outros países, é proibido extrair qualquer substancia da flor (onde concentram mais ativos) porém não há regulamentação que impeça a extração do óleo da semente, sendo a “brecha” que marcas como a Kiehls (L’Oréal), Origins (Estée Lauder) e da Murad (Unilever) em suas linhas hemp.

Existem produtos que não são destilados da planta e tem ação no sistema endocanabinóide?

Sim! E esta é outra grande inovação para usufruirmos de efeitos análogos aos fitocanabinóides. Um exemplo brasileiro de ativo que tem uma função similar é o BCP (cariofileno ou beta-cariofileno), um sesquiterpeno bicíclico natural que esta presente no cravo-da-índia, alecrim, copaíba, lúpulo (lúpulo é um dos responsáveis pelo amargor da cerveja) e na pimenta-do-reino. Ele não tem efeito psicoativo como o THC e é legalizado. Suas funções vão deste anti-inflamatóris e antissépticas até antibiótica e cicatrizante.

Temos outra inovação que vale a pena citar: a Beraca (empresa que oferta insumos de cosméticos) diz que criou um composto que possui efeitos similares aos do CBD e patenteou a fórmula com o nome de CBA – abreviação para Cannabinoid Active System. Neste contexto, integrou a Lola Cosmetics como cliente que, por sua vez, produziu uma linha de tratamento
capilar a base de CBA. Segundo o produtor, o produto é composto por uma “fórmula rica em complexo probiótico e ação anti-inflamatória”, prometendo “devolver a saúde e vitalidade dos fios através de seus ativos naturais”. Além disso, proporciona uma “sensação de relaxamento, controla o frizz e auxilia na reparação tecidual, através de sua proteção antioxidante”.

O tratamento canábico é bom para acne também? Como funciona?

Antes de qualquer colocação, devemos entender a acne como uma doença multifatorial, ou seja, uma doença que se dá por meio de múltiplas causas: desregulação da produção de sebo na pele, desequilíbrio hormonal e propensão genética, além de outras condições que podem exacerbar os sintomas como alimentação, níveis elevados de estresse, medicações, entre
outros.

O CBD tem propriedades múltiplas neste cenário: atuam nos sebócitos (células que produzem o sebo da pele) controlando a seborreia, possuem propriedades anti-inflamatórias, propriedades antifúngicas e antibacterianas (especialmente quando temos uma quantidade
grande de poluentes e sujeira que impregna a pele).

Acredito que a associação de diferentes medicamentos seja um caminho promissor na escolha da melhor terapêutica. Atualmente temos produtos muito bem estabelecidos no mercado e acredito que os ativos canabinoides de uso tópico venham a somar – mas não a substituir as medicações vigentes.

Fonte: https://sechat.com.br/dermatologia-e-cannabis-entenda-a-relacao/

O que é Canabidiol

Canabidiol (CBD) é um fitocanabinoide, isto é, uma molécula terapêutica presente na planta medicinal cannabis.

O CBD, assim como outras substâncias semelhantes, se conectam ao sistema endocanabinoide no corpo humano para a produção dos efeitos terapêuticos.

O canabidiol não possui efeitos psicotrópicos como aqueles vinculados às altas doses de THC da planta fumada.

Ele possui benefícios como terapia adjuvante no alívio dos sintomas de diversas condições incluindo analgesia, diminuição de náuseas e estresse pós-traumático.

Para muitos pacientes, o uso de CBD associado ou não a outros fitocanabinoides ou metabólitos secundários da planta cannabis, é o único recurso para diminuir os sintomas de doenças que impactam diretamente a qualidade de vida.

O que é THC?

O tetrahidrocanabidiol (THC), assim como o canabidiol (CBD), é um dos muitos fitocanabinoides, isto é, moléculas terapêuticas presentes na planta medicinal cannabis.

Apesar de o THC ser muito associado às sensações de euforia e de prazer buscadas por quem faz uso adulto (erroneamente chamado de “recreativo”) da planta, o ativo tem efeitos terapêuticos.

Algumas doenças neurológicas, como a esclerose múltipla, respondem bem ao tratamento com THC, que também é indicado para tratar sintomas, como náuseas, vômitos ou falta de apetite em pacientes com câncer ou algum distúrbio alimentar.

Cannabis contra os efeitos da fibromialgia

Só quem sofre com a fibromialgia sabe como a condição é incapacitante e afeta a qualidade de vida. Lembram que a Lady Gaga cancelou seus shows no Brasil por conta disso?

A boa notícia é que a cannabis pode ser uma grande aliada para o alívio das dores. Uma empresa com sede na Califórnia (Cannabis Science) desenvolveu um adesivo à base da planta que vem dando resultados melhores do que os medicamentos tradicionais disponíveis.

Uma fala que costumo ouvir dos pacientes é que “dói até o fio de cabelo”.

Estudos recentes indicam que a fibromialgia acomete de 2 a 22% da população de todo o mundo, predominantemente mulheres. No Brasil, a prevalência da doença varia entre 2,5 a 4,4% da população, sendo a segunda maior causa de doença reumatológica depois da osteoartrose.

O tratamento mais efetivo para fibromialgia é a atividade física, entretanto garantir a qualidade do sono é imprescindível. Por vezes, antidepressivos possuem uma atuação benéfica no combate de repercussões da doença.

Continuamos avançando e os estudos não podem parar! A cannabis tem um grande potencial terapêutico, além de efeitos adversos mínimos frente a outras classes de medicamentos usadas na doença.

O que é CBG?

O canabigerol (CBG) é um dos mais de 500 compostos químicos presentes na C@nn@bis, apresentando propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas, analgésicas, anticonvulsivas, sedativas e antitumorígenas, além de contribuir para reduzir a pressão intraocular e atuar como estimulante de apetite.

Uma das vantagens do seu uso, segundo testes em cobaias, é que a substância não tem resposta psicoativa (como o THC, outro composto canabinoide), sem influência no sistema neuromotor.

Isso seria um facilitador para a sua regulamentação, já que um dos fatores para que a Anvisa restrinja o uso dessa substância canabinoide mais conhecida é justamente o seu teor de psicoatividade.

O que é CBN?

O canabinol é um canabinoide não psicoativo, derivado do THC (tetrahidrocanabinol) – que pode gerar efeitos psicoativos e neurotóxicos. Entre as principais propriedades do CNB estão as ações:

– Anti-inflamatórias;
– Antibacterianas;
– Anticonvulsivas;
– Analgésicas;
– Anti-insônia.

Um de seus potenciais medicinais está no tratamento de transtornos de dor muscular crônica, como nos distúrbios temporomandibulares e na fibromialgia, conforme achados em pesquisas feitas com cobaias.

Além disso, esse fitocanabinoide demonstrou ser um importante neuroprotetor, podendo contribuir para o tratamento de doenças neurodegenerativas. Sua adoção para atrasar o início dos sintomas da esclerose lateral amiotrófica (ELA) é um exemplo.

O que é a tetrahidrocanabivarina (THCV)?

A THCV é um canabinoide similar ao tetrahidrocanabinol (THC), mas com ligeiras diferenças em sua estrutura química. O composto é produzido durante as primeiras fases do desenvolvimento de uma planta de cânhamo.

Uma série de estudos tem investigado o seu papel na redução de inflamações e em outras funções do sistema imunológico. Além disso, as linhas de estudo buscam evidenciar como o THCV pode ajudar em questões relacionadas ao apetite e até no tratamento da epilepsia.

No entanto, além das restrições legais, um dos entraves para a ciência é a dificuldade em isolar esse composto em quantidade suficiente para que se chegue a conclusões precisas sobre sua eficácia e segurança.

Já pensou se, em um futuro próximo, usarmos este fitoativo em larga escala para tratar transtornos alimentares como obesidade, compulsão alimentar e outros? É inestimável o impacto positivo deste cenário!

Diferenças entre Delta-9 e Delta-8 THC

O delta-8-tetrahydrocannabinol ou delta-8 THC é um dos diversos componentes terapêuticos presentes na Cannabis e no cânhamo, sendo similar ao conhecido THC (delta-9) – que é o principal agente psicoativo da planta. No entanto, por conta de sua estrutura química, os efeitos do delta-8 tendem a ser menos potentes. Entre os benefícios do seu uso estão:

🔹 Alívio natural da dor;
🔹 Aumento do apetite;
🔹 Redução da ansiedade e do estresse;
🔹 Diminuição das náuseas;
🔹 Proteção do sistema nervoso central.

Apesar de suas propriedades, o delta-8 ainda não é tão amplamente estudado como os demais canabinoides (CBD e delta-9 THC), por conta da dificuldade de isolar, extrair e obter amostras suficientes desse ativo para as pesquisas.

Como alternativa, para se atingir a concentração necessária, no mercado paralelo norte-americano são oferecidos produtos com o delta-8 sintético, utilizando compostos químicos que apresentam riscos para a saúde.

Esse tipo de produto não tem liberação da Food and Drug Administration (FDA), podendo apresentar efeitos tóxicos e riscos para a saúde, como vômitos, tremores, tontura, ansiedade, confusão mental, alucinações e perda de consciência.

Portanto, muita atenção!

Doenças de pele tratáveis com Cannabis

Sabia que os produtos canabinoides têm potencial para tratar uma variedade de condições da pele? Isso inclui doenças como:

– Acne vulgar;
– Dermatite alérgica de contato;
– Dermatite asteatótica;
– Dermatite atópica;
– Hidradenite supurativa;
– Sarcoma de Kaposi;
– Coceira;
– Psoríase;
– Manifestações cutâneas da esclerose sistêmica;
– Câncer de pele.

No entanto, a maioria dos dados disponíveis sobre o uso dos compostos canabinoides para essas indicações é pré-clínica.

Portanto, é necessário realizar pesquisas completas e ensaios clínicos randomizados e controlados em larga escala antes que a terapia canabinoide possa ser considerada segura e eficaz para essas condições.

Cannabis pode reduzir rosácea?

Nos últimos tempos, atendi muitos pacientes com queixa de rosácea, incluindo sintomas como vermelhidão, inchaço, irritação, ressecamento da pele e, eventualmente, até pústulas e deformação do nariz. Se identificou?

Sabia que os compostos canabinoides vêm sendo estudados também para o tratamento dos sintomas dessa condição inflamatória crônica?

Embora ainda não existam ensaios com evidências clínicas em humanos, seu potencial está sendo investigado, uma vez que essas substâncias podem contribuir para o equilíbrio da pele, acalmando-a e colaborando para reduzir inflamações.

É sempre bom lembrar que pacientes com rosácea devem ser avaliados também pelo oftalmologista, pois existe uma variante da doença, chamada de rosácea ocular!

Vaporização x Combustão da Cannabis

Quando o assunto é uso recreativo da C@nn@bis, muitas pessoas defendem a vaporização como uma forma de consumo que ajudaria no controle de danos.

No entanto, isso requer alguns cuidados. O primeiro deles é escolher vaporizadores de boa qualidade e ajustar a temperatura. O ideal seria em torno de 140°. Isso possibilita que os canabinoides e terpenos (metabólitos secundários da planta) sejam preservadas e as chances de desenvolver câncer sejam diminuídas.

Mas não se iluda: a vaporização não está isenta de riscos. Como no caso do tabaco, esse tipo de uso favorece o desenvolvimento de doenças pulmonares, principalmente quando não se conhece profundamente a procedência do produto.

Quais benefícios o tratamento com Cannabis pode trazer à pele?

Esta pergunta foi o fio condutor de uma entrevista que concedi um tempo atrás para a plataforma Sechat, mas cujo tema se mantém atual.

Na pele, os compostos canabinoides são capazes de:

– Atenuar ou inibir inflamações cutâneas;
– Melhorar a proliferação celular;
– Tratar a fibrose (substituição de tecido vivo por um tecido morto);
– Suavizar manchas pós-inflamatórias;
– Reduzir a sensação de dor.

Dessa maneira, essa abordagem terapêutica vem sendo amplamente estudada para o uso em condições como acne, dermatite de contato, alopecias e psoríase, além de já apresentar evidências de eficácia no tratamento de coceira e eczema – que se apresentam isoladamente ou em consequência de condições como insuficiência hepática, renal e doenças autoimunes.

A ação antioxidante desses compostos também representa um grande potencial para os cuidados estéticos e antienvelhecimento.

Quer conferir o conteúdo na íntegra? Acesse: https://sechat.com.br/dermatologia-e-cannabis-entenda-a-relacao/.

Tenha uma boa leitura e, se tiver dúvidas, poste aqui nos comentários!

Como a Cannabis pode ajudar quem tem endometriose?

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de brasileiras sofrem endometriose – doença que consiste no crescimento do endométrio (tecido que reveste o útero) fora do órgão. Você sabia que os compostos canabinoides podem auxiliar no tratamento dessa condição?

Um artigo publicado pelo Laboratório de Neurofarmacologia da Universidade Pompeu Fabra, na Espanha, aponta o papel da Tetrahidrocanabinol (THC) na redução da dor e diminuição do desenvolvimento de cistos endometriais em camundongos.

Isso está relacionado ao fato de os órgãos pélvicos femininos possuírem uma densidade muito alta de receptores de canabinoides, tornando o tratamento baseado nesse composto muito promissor, de acordo com um estudo da Medical Cannabis Network.

Atualmente, existem dois ensaios clínicos com fitocanabinoides em andamento, para confirmar e trazer evidências mais robustas quanto ao uso da planta para um tratamento eficaz contra a endometriose e outras doenças ginecológicas.

Vamos seguir acompanhando para verificar os achados.

Quais os benefícios do THCA?

O ácido tetrahidrocanabinólico (THCA) é um canabinoide abundante em plantas de C@nn@bis vivas e cruas, com uma variedade de benefícios à saúde. Trata-se de uma substância não psicoativa encontrada em seu caule, folhas e flores.

A C@nn@bis sativa apresenta centenas de fitocanabinoides identificados e o THCA é um composto de fase anterior do tetrahidrocanabinol (THC), sem efeitos psicoativos. No entanto, a substância pode ser convertida no THC, com efeitos psicoativos, quando aquecida (por combustão ou vaporização).

Os benefícios terapêuticos do THCA incluem ação anti-inflamatória (principalmente para casos de lúpus ou artrite), neuroproteção, ação antivômito, proteção contra o câncer, indução de sono e regulação de dor.

Cannabis medicinal no tratamento do autismo

Você sabia que a C@nn@bis também pode ser empregada no tratamento do transtorno de espectro autista (TEA)?

➡️ O TEA é um transtorno crônico invasivo de neurodesenvolvimento mais comum (cerca de 4 vezes) no sexo masculino do que no feminino, com prevalência estimada de cerca de 1-2%.

➡️ Essa condição é marcada por déficits em habilidades sociais (comunicação e interação), comportamentos e interesses com padrões restritos, repetitivos e estereotipados ou ainda atrasos no desenvolvimento da linguagem.

Parte da avaliação inicial consiste em avaliar:

🔹️Fatores genéticos: suscetibilidade genética de 40-90%, com alto risco de recorrência entre irmãos (2-19%) e em gêmeos (37-90%);
🔹️ Pré-natais: idade avançada de pais, diabetes gestacional, pressão alta, obesidade, primeira gestação, entre outros;
🔹️ Perinatais: baixo peso, prematuridade, baixo APGAR, entre outros;
🔹️ Marcadores de neurodesenvolvimento (como evitar contato visual aos 2-3 meses, não sorrir aos 6 meses de idade, aos 8 meses não acompanhar os pais quando se afastam, entre outros múltiplos cenários).

➡️ O autismo não tem cura, entretanto há controle! Alguns estudos em Israel demonstram que o uso medicinal da C@nn@bis pode colaborar para atenuar características como raiva, ansiedade e hiperatividade, além de melhorar o sono e a integração social em pacientes com autismo.

➡️ Isso acontece porque o uso dos canabinoides ajuda a regular o sistema nervoso central, agindo no lobo temporal, medula e tálamo, áreas do cérebro mais afetadas pelo TEA.

Mais um ponto a favor desse tratamento tão inovador! 

Canabidiol e melanoma


Você sabia que o canabidiol pode ajudar a combater o melanoma? Um estudo feito com cobaias, publicado no Jornal de Imunoensaio e Imunoquímica, demonstrou que o composto é capaz de inibir o crescimento das células tumorais. No mês que marca a campanha de conscientização sobre a importância da prevenção ao câncer de pele, esse achado traz um facho de esperança sobre a doença, podendo inspirar mais pesquisas a respeito desse tipo de terapia.

A psoríase e o tratamento com cannabis

A psoríase é uma doença crônica, de caráter autoimune, com recidivas frequentes, principalmente em momentos de estresse. Você sabia que o canabidiol (CBD) pode colaborar para atenuar essa condição?

Com ação imunossupressora, esse composto reduz a resposta imune do organismo, atenuando a formação dessas lesões avermelhadas e descamativas e possibilitando que a inflamação seja controlada.

Isso acontece porque a formação de células do sistema imunológico desacelera, dando tempo para que a inflamação seja controlada e as lesões cicatrizem.

O tratamento pode abranger o uso de cremes, pomadas, óleo ou loções ou ainda comprimidos, para uso oral. Em geral, são recomendadas mais de uma forma de administração do CBD.

Cannabis e menopausa: qual a relação?

Você sabia que a C@nn@bis pode ajudar na modulação hormonal feminina, colaborando para atenuar os sintomas típicos da menopausa?

Na prática, o sistema endocanabinoide ajuda a regular os níveis de estrogênio, assim como ajuda a equilibrar outras funções corporais.

Embora os estudos ainda sejam preliminares, o consumo da planta para essa finalidade já tem se tornado comum em alguns países regulamentados.

Entre os benefícios dos fitocanabinoides para essa indicação estão:

➡ Modulação da temperatura corporal, controlando as ondas de calor típicas da menopausa;
➡ Diminuição da insônia;
➡ Aumento da libido;
➡ Alívio das alterações de humor.

Você sabia que a C@nn@bis pode ajudar na modulação hormonal feminina, colaborando para atenuar os sintomas típicos da menopausa?

Na prática, o sistema endocanabinoide ajuda a regular os níveis de estrogênio, assim como ajuda a equilibrar outras funções corporais.

Embora os estudos ainda sejam preliminares, o consumo da planta para essa finalidade já tem se tornado comum em alguns países regulamentados.

Entre os benefícios dos fitocanabinoides para essa indicação estão:

➡ Modulação da temperatura corporal, controlando as ondas de calor típicas da menopausa;
➡ Diminuição da insônia;
➡ Aumento da libido;
➡ Alívio das alterações de humor.

Óleo da semente de cânhamo x Óleo de CBD

Você conhece a diferença entre esses dois produtos da C@nn@bis? Seus componentes e aplicações são distintos:

Óleo da semente de cânhamo

➡ Contém proteína, ômega-3, ômega-6, vitaminas e ácidos graxos essenciais, mas com quantidades de fitocanabinoides (como THC e CBD) insignificantes;
➡ Previne doenças cardiovasculares e inflamações, tem ação antibactericida, trata acne e outras doenças da pele;
➡ O acesso ao insumo ainda é proibido no Brasil.

Óleo de CBD (ou óleo da flor de cânhamo)
➡ Retirado das flores, galhos e folhas, contém fitocanabinoides e outros princípios ativos;
➡ Usado de forma terapêutica para controlar a dor, promover relaxamento e diminuir a ansiedade, além de ser usado em cosméticos;
➡ O acesso ao insumo é liberado aqui no país, tanto por importação (regulamentada pela Anvisa) quanto por compra em associações e farmácias ou por meio do autocultivo autorizado por habeas corpus.

A Cannabis medicinal e o rendimento de atletas

Você sabia que adotar o canabidiol (CBD) para melhorar o desempenho em atividades esportivas – atenuando queixas como ansiedade, insônia e dores no corpo – deixou de ser considerado doping?

A substância passou a ser encarada como um medicamento pela agência mundial antidoping (WADA), por colaborar para uma melhora na condição física dos atletas, incluindo microlesões e lesões provocadas pelos treinos intensos.

Isso demonstra que, cada vez mais, a substância vem sendo encarada com a seriedade que precisa.

Além do CBD, outros fitocanabinoides apresentam destaques no rendimento de atletas, como o canabigerol (CBG). Esta molécula possui propriedades analgésicas e anti-inflamatórias tão importantes quanto o CBD e o THC. Seu uso pode ser estrategicamente administrado no momento de janela anabólica, estimulando a hipertrofia muscular, além de diminuir lesões e alterar a percepção da dor.

‼ Importante: o THC persiste na lista de doping da WADA. Mesmo medicamentos full spectrum (ou espectro amplo) podem acusar quantidades detectáveis de THC e sua retirada antes de competições deve ser alinhada com seu médico.

A Cannabis o tratamento do Lupus

Você sabia que existem pesquisas que apontam a influência da C@nn@bis em condições relacionadas ao sistema imunológico, principalmente ligadas a inflamações como o lúpus?

Os estudos demonstram que a planta tem ação anti-inflamatória e imunossupressora.
No caso do canabidiol (CBD), é possível suprimir a atividade de estruturas responsáveis por identificar e destruição as células infectadas, modulando a resposta celular e regulando as inflamações, o que seria benéfico no tratamento do lúpus.

Além disso, sua propriedade anti-inflamatória ajudaria a atenuar a rigidez e dor nas articulações, que são características dessa doença. E o melhor: com efeitos colaterais mínimos (como dor de cabeça, sonolência e tontura), em comparação com o tratamento convencional.

De qualquer maneira, o tratamento canabinoide para essa indicação ainda requer estudos mais robustos, para comprovar a sua eficácia direta.

Seguimos atentos às novidades!

Hamnseníase

A hanseníase consiste em uma doença infecciosa insidiosa e progressiva, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Acomete a pele, o sistema nervoso periférico e os olhos, podendo evoluir para
neuropatia e incapacidades funcionais. No Brasil, anteriormente, a doença era denominada lepra.

– O bacilo M. leprae apresenta melhor crescimento em regiões anatômicas com temperaturas entre 27-33°C (como pele, segmentos nervosos superficiais próximos à pele e a membranas mucosas do trato respiratório superior). A doença pode também acometer órgãos internos, como mucosas, testículos, ossos, baço e fígado.

– Na ausência de tratamento da apresentação clínica inicial (paucibacilar), a doença tende a evoluir para a forma multibacilar, tornando-se transmissível. A evolução ocorre de forma lenta e progressiva, podendo resultar em incapacidades físicas. Indivíduos de qualquer sexo ou idade, inclusive crianças e idosos, estão suscetíveis.

– Apesar de a forma de transmissão não ser totalmente conhecida, sendo sugerida por descarga nasal em pacientes com a forma multibacilar não tratados (gotículas emitidas pelas vias áreas superiores), considera-se que a doença não é altamente contagiosa. A partir da colonização/invasão do novo hospedeiro em trato respiratório superior, ocorre a disseminação por meio de pele ou mucosa não íntegra.

Diante de qualquer suspeita, procure atendimento médico imediato.

Cannabis Thinking #Legado – 2022

Entre os dias 15 e 17 de Setembro de 2022, contamos com a quarta edição do Cannabis Thinking em uma remodelagem interessante e expondo um amadurecimento do setor.

O evento reuniu 40 palestrantes para discussão da Promoção da Saúde & Bem-estar, Justiça Climática e Reparação Histórica, permeando os campos social, ambiental e governamental. Habitualmente é organizado pela aceleradora The Green Hub que incentiva mais de 13 empresas em seu portfolio de investimentos.

Apropriando-me da excelente fala da presidente do Instituto Humanitas360 Patricia Vilela durante a abertura do evento, “ter um evento como esse em sua quarta edição mostra a solidez da proposta, o interesse da população cada vez maior em entender, se informar, se educar, sair do preconceito, sair da zona de conforto dos ricos privilegiados que podem ir e comprar em prol daqueles que não podem”.

Os painéis trazem discussões sobre o potencial econômico e de inovação do mercado da c@nn@bis em todos seus seguimentos medicinal, têxtil, da indústria civil, entre outros, especialmente com a apresentação do portfolio da The Green Hub quanto a suas aceleradas e propostas.

O diferencial desta edição foi a discussão de como iniciativas voltadas ao engajamento ESG fortalecem o mercado c@n@bico, garantindo impactos positivos com esta prática mais que necessária.

Uma vez que temos um mercado existente e emergente a nível mundial, quais os motivos que ainda fazem o Brasil sofrer com tamanha falta de regulação?

Me conte sua opinião e dúvida!